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Entender a depressão não é algo simples e a jornada até essa compreensão pode levar algum tempo. Para a atriz Carolinie Figueiredo, foram sete anos até que a artista entendesse o que, de fato, estava acontecendo consigo.
Hoje em dia, porém, Carolinie sabe reconhecer muito bem como é a sensação que a doença lhe provoca. A partir de um relato impactante publicado em seu Instagram, a atriz deu mais detalhes do que é o “chamado” da depressão.
Relato de Carolinie Figueiredo sobre a depressão
Sinais da depressão
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Segundo Carolinie, a atriz observa sinais da depressão há muito tempo em seu organismo. “Há quase sete anos eu observo a depressão me rondar. Sinto correr nas minhas veias: já manifestada na minha avó paterna, Já manifestada na minha mãe com tantas adversidades e perdas.”
Os sinais, de acordo com a atriz, manifestam-se por meio de sintomas muito típicos da doença, como desânimo e tristeza profunda.
“Às vezes sinto essa força me chamando a entrar no seu quarto escuro e mofado que já estive. Nomeio aqui uma falta de ânimo, uma perda de vontade de seguir meus planos, uma tristeza profunda somatizada pela apatia.”
Depressão tem nome
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Diante de todos esses sinais, Carolinie contou que, neste ano, decidiu parar de ignorar o que se passava com seu corpo. Assim, a atriz procurou não só entender o que acontecia consigo, mas também nomear o que lhe acometia.
“Precisei nomear essa força que me ronda. Precisei incluir ela como uma possibilidade a existir ao invés de fingir que ela não existe (ou me encher de comida ou coisas materiais pra amenizar um buraco interno).”
Padrões comportamentais
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Na busca da compreensão da depressão, Carolinie cita o caminho de autoconsciência que ajudou a reconhecer alguns de seus padrões comportamentais e a verificar aqueles que são ruins e típicos da doença.
“Nós começamos a nomear os padrões, nomear as repetições automáticas que nos levam a reagir por antigos caminhos, ainda que eles não sejam a favor do que é da vida. Então começamos a reconhecer com mais rapidez quando escorregamos em antigos terrenos.”
Pedir ajuda
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Em seu relato, Carolina também fala sobre a vontade de desistir de tudo que a depressão desperta.
“Conheço esse cheiro de querer jogar tudo e ir embora, conheço essa voz que aparece e me traz dúvidas sobre quem eu sou e sobre minha trajetória. Assim paramos de correr atrás do próprio rabo e começamos a espiralar: eu conheço esse buraco úmido e fundo. Eu já estive aqui.”
Quando o sentimento de desistência acontece, na visão de Carolinie, é a hora de pedir ajuda – não importa a estratégia utilizada para que o pedido de socorro ocorra.
“E sei que essa é a hora de pedir ajuda, de deitar no chão e deixar a emoção brotar sem reprimir. Essa é a hora de colocar minhas músicas e deixar meu corpo se movimentar enquanto limpa, brilha e sabiamente encontra seu caminho de Auto cura. Quando uma parte minha cai no chão vou até ela e pergunto: o que você está precisando? Chorar. E já vem outra dizer: chora pra sair mas levanta daí antes que acredite nessa história ao ponto de se identificar. Eu te amo, estou aqui. Essa parte-sábia dá colo pra essa outra que ainda cai.”
Força na dor
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Ao encerrar seu relato, Carolinie lembra que a dor nem sempre precisa ser sinônimo de coisas ruins. Afinal, dores profundas podem se transformar em fontes de força muito poderosas que nos ajudam a levantar quando estamos por baixo.
“Aprendi que nossas maiores dores se tornam também nossos maiores tesouros (…) Eu conheço bem o caminho de descida mas também a escalada de voltar a luz. E hoje já aprendi a acolher e abraçar essas mil partes que sou. Agora já sei como equilibrar todas essas partes pra que elas caminhem na mesma direção.”
Confira o relato completo:
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Depressão: o que é e sintomas
A depressão consiste em uma doença cuja principal característica é a tristeza constante, de acordo com o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL).
“[A tristeza] pode se manifestar durante a maior parte do dia, quase diariamente, por um período de, no mínimo, duas semanas. Se esse sentimento se manifesta durante a maior parte do tempo, pode ser depressão”, alerta da Silva.
Não se sabe ao certo o que causa a depressão, mas hipóteses indicam que a doença está relacionada à queda da serotonina no cérebro. Este hormônio faz parte dos neurotransmissores do cérebro e regula sono, apetite e humor.

O estresse também é apontado como a causa. O aumento de hormônios ligados ao estresse, como o cortisol, pode prejudicar a saúde dos neurônios porque modificam a composição química do meio em que essas células exercem suas funções.
Além da tristeza profunda, a depressão também se manifesta por baixa autoestima, desânimo, sono excessivo e pessimismo.
Existe um estereótipo de que o paciente com depressão é aquele que não consegue sair da cama, sem vontade de viver atividades cotidianas. Entretanto, esse não é o único comportamento de uma pessoa depressiva.
Há quem viva uma rotina normal de vida e trabalho e até aparenta estar feliz também pode ser depressiva, ainda que ninguém perceba.
Tratamento para a depressão

De acordo com da Silva, a combinação entre medicamentos e psicoterapia é a forma mais efetiva para se tratar a depressão.
“As pessoas precisam entender que a depressão é uma doença, que necessita do acompanhamento adequado e, na maioria das vezes, com uso de medicamentos. Nos casos mais leves, a psicoterapia é suficiente para devolver ao indivíduo a qualidade de vida, ao mudar padrões de comportamento. Mas para casos moderados a graves, o uso do medicamento é imprescindível”, alerta o médico.
Depressão
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