A irritação devido ao uso do absorvente, que leva ao aumento da temperatura e umidade da região, é a causa mais comum das assaduras no período menstrual. Ficar muito tempo sem trocar o absorvente, colaborando com o quadro de abafamento, e usar roupas muito justas e apertadas, também podem favorecer o surgimento de assaduras. “Raramente as assaduras são devido a processos alérgicos a componentes do absorvente”, diz a ginecologista e obstetra Patrícia de Rossi, do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, em São Paulo.
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Como evitar assaduras no período menstrual?
Uma medida simples sugerida pela médica é a trocar o absorvente frequentemente e não utilizar modelos com cobertura sempre seca e similares, que costumam ser de material plástico e causar mais irritações. “Durante os dias de fluxo mais intenso, o absorvente deve ser trocado no máximo a cada quatro horas. À noite, algumas mulheres preferem usar um absorvente interno de maior capacidade, que deve ser trocado em até oito horas”, orienta.

Outra alternativa é optar pelo absorvente interno ou o coletor menstrual (menstrual cup), dispositivo feito de silicone que não causa irritação e pode permanecer por até 12 horas. “Esse ‘copinho’, como é comumente chamado em português, não é descartável e tem durabilidade de três anos”, explica.
Ao fazer a higiene local, incluindo a vulva, parte interna das coxas e a região entre a vagina e o ânus, ela indica usar apenas água e sabonete líquido, que é menos agressivo para a pele da região íntima. E as melhores roupas para evitar assaduras devem ser confortáveis e de tecidos ‘respiráveis’, como algodão, modal, fibra de bambu, entre outros.
Tratamento para assaduras
Terminado o período menstrual, algumas medidas locais podem ajudar nos cuidados com as assaduras: compressas geladas de chá de camomila, higiene com água ao invés de papel higiênico, usar sabonete líquido suave (incluindo os chamados sabonetes íntimos, desde que sejam bem tolerados).
Em alguns casos de assaduras na menstruação, pode ser necessário usar corticoides de baixa potência para acelerar a recuperação da pele, mas sempre com orientação médica. “A mulher deve evitar a automedicação com esses cremes de corticoides e de associações, pois eles podem piorar o quadro ou causar o chamado ‘efeito rebote’, que devolve os sintomas com a interrupção do uso”.