Mounjaro agora pode ser usado para tratar apneia do sono: entenda a liberação da Anvisa

Até então, o Mounjaro era aprovado apenas para tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade

Já aprovado para os tratamentos de diabetes tipo 2 e obesidade, o medicamento Mounjaro (tirzepatida) ganhou mais uma autorização de uso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Agora, ele também está aprovado para o tratamento de apneia do sono em pessoas com obesidade – e, abaixo, explicamos como funciona:

Anvisa aprova Mounjaro para tratar apneia do sono

Tratamento para apneia do sono com Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas (Crédito: rawpixel.com/Freepik)

A Anvisa aprovou na última segunda-feira (20) mais um uso terapêutico para o Mounjaro. Medicamento popularmente conhecido por seus efeitos substanciais na perda de peso, ele agora poderá ser receitado no tratamento de apneia do sono, doença que tem a obesidade como maior causa evitável.

A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio em que as vias aéreas superiores colapsam durante o sono, causando pausas na respiração ou redução do fluxo de ar que o paciente inspira. Essas interrupções atrapalham o sono e causam queda na concentração de oxigênio no corpo, resultando em sonolência diurna e estresse cardiovascular.

Como o Mounjaro trata a doença?

ozempic manipulado
(Crédito: stefamerpik/Freepik)

A relação entre essa condição e a obesidade está no fato de que o acúmulo de gordura na região do pescoço e das vias aéreas superiores reduz o calibre das vias respiratórias, facilitando o colapso delas durante o sono. Sendo assim, a perda de peso causada pelo Mounjaro tende a ajudar a sanar o problema – e estudos já apontaram sua eficácia.

A aprovação da Anvisa se baseia em um estudo robusto publicado no New England Journal of Medicine, por exemplo, documentaram testes da tirzepatida em adultos com obesidade e apneia do sono. Nelas, os pacientes apresentaram não apenas perda de peso – que impacta na melhora da apneia –, mas também na pressão arterial.

De acordo com o estudo, o medicamento levou a 30 interrupções respiratórias a menos por hora em adultos com apneia do sono. Além disso, após um ano, 42% dos participantes do estudo apresentaram remissão da doença ou apneia leve, sem sintomas.

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