Até o momento, o uso do Mounjaro para fins de perda de peso era “off label” – ou seja, diferente do que o fabricante indica na bula
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou hoje o medicamento Mounjaro (tirzepatida) para uso contra perda de peso. O remédio em si já é autorizado pelo órgão desde 2023 – mas, agora, sua forma de utilização passa a ser mais abrangente. Entenda abaixo:
Anvisa aprova Mounjaro para perda de peso
O Mounjaro, medicamento inovador para controle de glicemia em pacientes diabéticos, acaba de entrar oficialmente para o “time” de canetas emagrecedoras. Aprovado no Brasil desde 2023, ele traz na bula apenas a indicação de uso para diabetes – mas, agora, também está aprovado no tratamento auxiliar de obesidade.
Mas, afinal, se ele já era liberado para uso, o que muda? A resposta está nas indicações do próprio fabricante. Ao chegar ao País, remédios como esse costumam ser liberados apenas para controle da glicemia. O uso para perda de peso, que é bem disseminado, é considerado “off label” (ou seja: para fins diferentes dos prescritos pelo fabricante na bula).
Isso não significa que, antes da aprovação, o uso “off label” era proibido. Apenas que, antes da mudança, o médico arcava com mais responsabilidades ao indicar um medicamento que ainda não cumpria os requisitos da Anvisa para uso com esse determinado fim. Em casos assim, o paciente sempre deve ser informado sobre o fato do uso da medicação ser diferente do que a bula pontua.
Qualquer um pode usar Mounjaro?
O Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, é um medicamento como qualquer outro e, portanto, tem efeitos colaterais. Sendo assim, ele não é indicado para qualquer pessoa – e, mesmo dentro da categoria de pacientes que poderiam utilizá-lo, há considerações a se fazer.
As diretrizes, segundo a Anvisa, indicam a prescrição do Mounjaro com fins de emagrecimento para pessoas com obesidade (IMC acima de 30 kg/m²) ou com IMC acima de 27 kg/m² caso o sobrepeso esteja associado a alguma comorbidade. Além disso, mesmo quem se enquadra nessa categoria deve fazer acompanhamento médico com um endocrinologista.
Vale lembrar ainda que a obesidade é uma doença crônica e multifatorial. Isso significa que remédios como Mounjaro, Sazenda, Wegovy e Ozempic não são uma cura ou uma saída milagrosa para essa condição. É preciso fazer acompanhamento multidisciplinar e tratar também distúrbios que podem causar a doença (depressão, compulsão alimentar, entre outros).
Por fim, é importante frisar que a compra de qualquer um desses medicamentos só pode ser feita mediante à retenção da receita.
