Embora não sejam visíveis aos olhos, inúmeras ondas eletromagnéticas circulam pelo ar – e a cada dia, novas ondas surgem. Isso porque ocorre um aumento significativo do uso da internet com conexão sem fio, o popular Wi-Fi. O que ninguém esperava é que pode ser possível ter reações alérgicas a essas ondas.
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Casos
Indenização
Recentemente, uma corte na França decidiu que uma mulher, que alegou ser alérgica a ondas eletromagnéticas, recebesse uma pensão mensal por danos que aparelhos de celular, computadores e outros eletrônicos causaram a sua saúde.
Suicídio
No final de 2015, o jornal inglês Daily Mirror noticiou a morte de uma adolescente, cuja causa foi atribuída pelos próprios pais dela à alergia ao Wi-Fi. Segundo eles, a menina sofria com náusea, mal-estar e dores de cabeça intensas, que melhoravam quando ela ficava longe dos roteadores de internet. Mais tarde, ela foi encontrada morta em casa e a principal suspeita é de suicídio em função, de acordo com os pais, dessas reações.
Isolamento
Uma mulher norte-americana chamada Diane Shou contou ao canal BBC que acredita sofrer dessa doença. “Meu rosto fica vermelho, tenho dor de cabeça, minha visão piora. Na última vez comecei a ter dores no peito”, contou. Por isso, ela precisou se mudar para um vilarejo afastado das áreas tecnológicas da cidade.

É possível?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhece a chamada Síndrome da Hipersensibilidade Eletromagnética (EHS, na sigla em inglês), uma combinação simultânea de sintomas como náusea, dor de cabeça, palpitação, fadiga, urticárias e outros problemas de pele. No entanto, como as causas desses sintomas são desconhecidas e não foi comprovada a relação deles com as ondas emitidas por sistemas Wi-Fi, a síndrome ainda está sob estudo.
Segundo o tabloide britânico Daily Mail, pesquisadores têm documentado a existência desses sintomas, no entanto, ainda existem controvérsias sobre a relação entre eles e a presença de radiofrequência, embora alguns congressos internacionais de medicina investiguem essa intolerância a campos eletromagnéticos desde 2004.
Estudos
Participantes de uma pesquisa alegaram que sintomas como dores de cabeça e fadiga apareciam sempre que eles se aproximavam de aparelhos que emitem ondas eletromagnéticas, como roteadores Wi-Fi, celulares e telas de computador, segunda reporta o portal Live Science. Os sinais desapareciam sempre que eles saíam de perto dessas fontes.
Entretanto, um estudo de 2009 publicado no jornal científico Bioelectromagnetics avaliou 46 testes controlados que expuseram voluntários a sinais eletromagnéticos, porém sem avisá-los quando eles eram ligados ou desligados. Os participantes não conseguiram determinar quando o sinal estava presente.

Origem da doença
Ainda de acordo com o site, o professor de psicologia Dr. James Rubin, da faculdade King’s College, em Londres, que é pesquisador da síndrome, afirma que as pessoas com EHS definitivamente estão doentes e que o sofrimento é real. Porém, como os sintomas são muito generalizados, eles poderiam ter inúmeras causas – inclusive psicológica, ou seja, os pacientes desenvolveriam os sintomas quando estão sabidamente perto de roteadores justamente por pensarem ter alergia.