Tomar uma taça de vinho todo dia tem fama de ser um hábito saudável para o coração. Mas um novo estudo está desmentindo essa história de que álcool pode ser bom para a saúde cardíaca. Pesquisadores norte-americanos descobriram que o consumo crônico de bebidas alcoólicas, mesmo em quantidades moderadas, pode causar a dilatação de uma parte do coração, além de arritmias e outros problemas de saúde.
Bebida alcoólica pode alargar uma parte do coração
O estudo, publicado no periódico científico Journal of the American Heart Association, analisou informações de saúde de 5.220 moradores da cidade de Framingham, que fica em Massachusetts, nos Estados Unidos.
A média de idade dos participantes era de 56 anos e um pouco mais da metade deles eram mulheres. Ao início do acompanhamento, que durou 6 anos, os participantes estavam com seus eletrocardiogramas (exame que detecta arritmias) normais.
Ao fim desse período, eles encontraram 1.088 episódios de fibrilação atrial, um tipo de arritmia em que o impulso elétrico não é adequadamente conduzido através do átrio, uma das quatro cavidades do coração.

Apesar de o estudo não ter sido projetado para entender exatamente a relação de causa e efeito, os pesquisadores acabaram encontrando que o fator por trás da arritmia seria o aumento do átrio esquerdo causado pelo consumo regular de álcool.
Quantidade de álcool que causa o problema
Cada 10 gramas de álcool – aproximadamente um drinque – seria responsável por um aumento de 5% nas chances de ter fibrilação atrial.
Os pesquisadores também descobriram que a mesma quantidade de bebida alcoólica estava relacionada a um aumento de 0,16 milimetros no tamanho do átrio esquerdo. A alteração de tamanho pode ter sido a causa da arritmia, uma vez que o átrio alargado terá mais dificuldade em manter a contratibilidade adequada.
Arritmia e AVC: qual é a relação?
A fibrilação atrial implica na ausência de uma contração adequada dessa parte do coração. Em consequência, uma pequena quantidade de sangue fica “preso” dentro da cavidade e predispõe a formação de coágulos que, eventualmente, se deslocam para a corrente sanguínea. Não coincidentemente, cerca de 15% das pessoas que sofrem um Acidente Vascular Cerebral (AVC) – que é causado pelo deslocamento de coágulos sanguíneos para o cérebro, onde impedem o fluxo de sangue – têm fibrilação atrial.

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