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Homem é internado com insuficiência renal por excesso de vitamina D: quais os riscos?

Essencial, a vitamina D pode, em excesso, trazer riscos sérios para o organismo
Publicado 12 Jul 2022 – 11:42 AM EDT | Atualizado 12 Jul 2022 – 11:42 AM EDT
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Intoxicação por vitamina D Crédito: GO/peterschreiber.media/iStock

Apesar de ser importantíssima para o corpo, a vitamina D nem sempre precisa ser suplementada e fazer isso sem necessidade pode gerar complicações. É o caso, por exemplo, de um homem britânico de meia-idade que vinha tomando doses diárias de vitamina D 250 vezes maiores que o recomendado – e desenvolveu, segundo o relatório do caso, publicado no periódico científico “BMJ Case Reports”, sintomas graves devido à intoxicação por este suplemento tão comum.

Homem teve intoxicação por vitamina D após suplementar nutriente


Micronutriente essencial para a saúde dos ossos, a vitamina D tem se tornado um suplemento cada vez mais frequente no dia a dia de muitos. Associado também a melhora da imunidade, a vitamina D em suplementos se tornou algo ainda mais popular durante a pandemia de Covid-19, mas o que muita gente não sabe é que, apesar de ser importante para o organismo, ela pode gerar problemas. É o caso de um paciente cujo quadro foi reportado recentemente no periódico científico “ BMJ Case Report” após o diagnóstico de intoxicação por vitamina D.

De acordo com o relatório, publicado nas últimas semanas, o paciente é um homem britânico de meia-idade que foi encaminhado ao hospital por um clínico geral após apresentar um quadro recorrente de vômito, diarreia, dores abdominais, câimbras nas pernas, zumbido no ouvido, secura na boca, aumento da sede e perda de peso (mais de 12 kg). Na ocasião, ele vinha tomando há meses suplementos alimentares com concentrações de vitamina D 250 vezes maiores que o normal e, segundo exames, o quadro, com complicações preocupantes, estava ligado a isso.


Conforme informado pelo paciente, os suplementos ingeridos por ele – que continham, além da vitamina D, mais 20 substâncias como vitamina C, vitaminas do complexo B, entre outras – haviam sido receitados por um profissional da área da nutrição, e quase todos eles apareciam em dosagens maiores que o recomendado. Diariamente, por exemplo, o paciente tomava 150.000 UI (unidades internacionais) de vitamina D, enquanto o recomendado, apesar de variar de acordo com a necessidade do paciente, gira em torno de 400 UI ao dia.

Os sintomas, que já duravam três meses, começaram um mês após a ingestão do suplemento alimentar, que foi descontinuado pelo próprio paciente. Os desconfortos, porém, seguiram se manifestando – e, no hospital, foi determinado que o paciente estava com níveis elevados de cálcio no sangue ou hipercalcemia, consequência comum da hiperdosagem de vitamina D. No caso deste paciente, o excesso de cálcio gerou lesão renal, mas a hipercalcemia também está associada a problemas cardíacos como arritmias e infartos.

Após o diagnóstico – que contou com diversos exames, inclusive de imagem, para descartar outras possíveis causas para o quadro –, o paciente ficou oito dias no hospital, sendo constantemente monitorado, recebendo medicamentos para regular os níveis de cálcio no organismo e seguindo uma dieta adequada. Depois da liberação, ele foi acompanhado por mais dois meses, e exames de sangue mostraram que, apesar da hipercalcemia ter sido controlada, os níveis de vitamina D no organismo dele seguiam altos, algo relacionado à meia-vida longa do nutriente no corpo. Fora do hospital, ele seguiu tomando remédios.

Intoxicação por vitamina D: sintomas e riscos


De acordo com o relatório, os sintomas da intoxicação por excesso de vitamina D estão relacionados à hipercalcemia – excesso de cálcio no sangue – gerado por ela. São eles:


  • Sonolência;
  • Confusão mental;
  • Apatia;
  • Psicose;
  • Depressão;
  • Anorexia;
  • Dores abdominais;
  • Vômito;
  • Constipação;
  • Úlceras gástricas;
  • Hipertensão;
  • Pancreatite;
  • Arritmias;
  • Urina em excesso;
  • Desidratação;
  • Perda auditiva;
  • Falência renal;
  • Coma.

Quando é indicado tomar vitamina D?


Segundo informações da Mayo Clinic, a vitamina D mantém a saúde dos ossos ao possibilitar a absorção de cálcio, além de regular outras funções celulares e ter ação anti-inflamatória, antioxidante, neuroprotetora e benéfica para o sistema imunológico. Naturalmente encontrada em alimentos como peixes ricos em gordura (como salmão e sardinha), a vitamina D também é produzida pelo próprio corpo a partir de exposição à luz – e, em alguns casos, os níveis obtidos das formas citadas não são suficientes para o corpo.


A quantidade de vitamina D produzida pelo organismo depende de inúmeros fatores, e isso inclui estilo de vida, estação do ano, local onde se vive, pigmentação da pele e alimentação. Em alguns lugares do mundo, os meses de inverno, por exemplo, têm pouca luz solar, e isso faz com que a produção natural de vitamina D pelo corpo entre em declínio. Nestes casos, pode haver necessidade de suplementação, mas, apesar destes suplementos serem facilmente encontrados em farmácias, não é indicado tomá-los por conta própria.

Para avaliar deficiências vitamínicas, é aconselhado realizar exames de sangue periodicamente, e ter a suplementação delas indicada por um médico. Por vezes, mudanças de hábito ou alterações na alimentação podem ser suficientes para suprir a deficiência da vitamina D.

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