transtorno borderline

Heleninha Roitman é borderline? Entenda o que é esse distúrbio muito atribuído à personagem

O transtorno borderline pode, muitas vezes, vir acompanhado de vício em substâncias como o álcool, algo que acontece com a personagem de “Vale Tudo”

Em “Vale Tudo” (Rede Globo), o quadro de saúde de Heleninha Roitman (Paolla Oliveira) tem chamado atenção. Na trama, ela demonstra grande vício em bebida alcoólica – mas outros comportamentos também têm motivado suspeitas por parte do público. Afinal, Heleninha é borderline? Entenda esse transtorno e veja quais características dele a personagem demonstra.

Heleninha Roitman tem transtorno borderline?

Paolla Oliveira como Heleninha em “Vale Tudo” (Crédito: Globo/Fábio Rocha)

Usando o Instagram, Paolla Oliveira, intérprete de Heleninha Roitman no remake de “Vale Tudo” (Rede Globo), falou recentemente sobre suspeitas do público de que a personagem tem transtorno de personalidade borderline (TPB). Em um vídeo, ela falou sobre características que Heleninha tem exposto ao público e que, de certa forma, se relacionam com o transtorno.

“Heleninha Roitman é a representação mais fiel de borderline que eu já vi na televisão”, opinou uma internauta em um comentário exposto por Paolla no vídeo. “Tenho visto muitas vezes esse comentário. É relativamente comum alguém com diagnóstico de borderline ter a comorbidade de dependência do álcool”, disse ela, listando mais características comuns dessas pessoas.

“Essas pessoas costumam ser, sim, impulsivas, instáveis nos relacionamentos e em relação à autoimagem também. São pessoas inseguras, ansiosas, e o álcool pode vir como tentativa de se medicar contra esse mal-estar. Impulsividade também entra aí. Já falei sobre pessoas que se sentem um ‘peixe fora d’água’. Imagina só para uma pessoa como essa encontra algo que traz sensação de normalidade? No caso, a bebida”, refletiu a atriz.

Sem confirmar ou negar que Heleninha tenha algum transtorno além do alcoolismo, ela afirmou que, com base nas pesquisas feitas para interpretar a personagem, descobriu uma possível relação entre esse distúrbio e outros. “Tem neurologistas que defendem a teoria de que a adicção é uma patologia secundária”, declarou a intérprete de Heleninha.

Transtorno de personalidade borderline: o que é

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(Crédito: Reprodução/Globoplay)

De acordo com informações da Mayo Clinic, o transtorno borderline é uma condição psicológica crônica. Ela afeta, por exemplo, a capacidade de ter estabilidade emocional e comportamental, algo que traz consequências para relações interpessoais, sejam elas amorosas, de trabalho, familiares ou outras.

Uma pessoa borderline tem, por exemplo, medo intenso de abandono, gerando esforço extremo para que isso não aconteça. Além disso, os relacionamentos dessas pessoas tendem a ser intensos, mas instáveis, marcados por muita idealização seguida por desvalorização. A autoimagem delas também é prejudicada, e a noção que elas têm delas mesmas – incluindo metas e valores – pode mudar constantemente.

Mudanças bruscas de humor, irritabilidade, ansiedade e até mesmo paranoia transitória são respostas comuns a situações de estresse, além de impulsividade, constante sensação de “vazio”, dificuldade de controlar os sentimentos e comportamento suicida.

Esse transtorno varia de intensidade. Ele pode ser leve, moderado ou grave, e sua apresentação pode mudar entre pessoas diferentes. Sendo assim, pessoas borderline que têm vidas relativamente funcionais podem levar muito tempo até ter o diagnóstico do transtorno, que pode se confundir com outros distúrbios como depressão, ansiedade e bipolaridade.

Pessoas borderline também são alcoólatras?

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Paolla Oliveira como Heleninha em “Vale Tudo” (Crédito: Globo/Fábio Rocha)

É comum que pessoas com esse transtorno apresentem outras questões, como afirmado pela atriz Paolla Oliveira. Mais de 70% desses pacientes sofrem com o uso abuso de substâncias como álcool e outras drogas. Além disso, elas também podem ter transtornos de humor (como depressão e bipolaridade), de ansiedade, transtornos alimentares e dissociativos.

Portanto, apesar de essa associação ser comum, ela não acontece em todos os casos.

Diagnóstico e tratamento

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(Crédito: Reprodução/Globoplay)

Ainda que uma pessoa apresente comportamentos típicos do transtorno borderline, a confirmação só é possível a partir de avaliação profissional. Esse diagnóstico acontece a partir de entrevista aprofundada com um psiquiatra, especialidade médica com expertise para analisar histórico clínico e relatos de familiares, além de descartar outros transtornos.

O tratamento do borderline, segundo as diretrizes do NHS (sistema de saúde britânico), é complexo. Ele pode envolver, por exemplo, terapia comportamental dialética (conhecida como DBT), terapia cognitivo-comportamental e terapia do esquema. Não existe um medicamento específico para esse transtorno, mas outras medicações – como ansiolíticos, antidepressivos e estabilizadores de humor, por exemplo – podem fazer trazer benefícios ao paciente.

Esse transtorno é crônico e, sendo assim, não tem cura. O tratamento visa aprimorar a relação do paciente com ele mesmo, melhorar a autoestima, ajudar na regulação do humor e estabilizar seus comportamentos. É possível que, após anos de comprometimento com o tratamento, o paciente alcance a remissão. Nesse contexto, o risco de suicídio é menor, as comorbidades (como vício em álcool) podem ser controladas e os relacionamentos são manejados de forma mais equilibrada pela pessoa.

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