Zeca Camargo relata sintomas da andropausa, a “menopausa” masculina: o que é e como tratar?

Aos 62 anos, Zeca Camargo diz estar na andropausa, fase da vida pouco discutida por homens

A menopausa, declínio da produção de hormônios femininos em mulheres, é um tema relativamente bem discutido. O que muita gente não sabe que existe é a andropausa, um estágio “equivalente” à menopausa, mas em homens – algo de que o apresentador Zeca Camargo já falou abertamente sobre.

Zeca Camargo fala da andropausa aos 62 anos de idade

Andropausa
(Crédito: Reprodução/Instagram @zecacamargomundo)

Aos 62 anos de idade, Zeca Camargo falou de forma breve sobre a andropausa, queda nos níveis de testosterona em homens. Em entrevista à “Quem”, ele discutiu as mudanças causadas por isso em sua rotina, bem como a forma escolhida para contorná-las.

“Senti os sintomas da andropausa, mas não faço tratamento nem nada. Tenho reservatório de energia grande. Sempre tive uma vida ativa. Para mim, a andropausa é tão real quanto eu não conseguir mais correr os sete quilômetros e meio da Lagoa Rodrigo de Freitas – algo que fiz tantas vezes. Não faço mais isso. Posso fazer? Posso. Posso ter uma vida mais ativa sexual? Posso. Mas parte do envelhecimento é aceitar essas coisas e não se prender mais ao ‘eu não tenho mais aquilo’”, declarou.

Andropausa: o que é, sintomas, tratamento e mais

(Crédito: Reprodução/Instagram @zecacamargomundo)

Segundo informações da Mayo Clinic, a andropausa, também conhecida como menopausa masculina, corresponde à queda lenta e gradual dos níveis de testosterona no organismo masculino. Em geral, ela começa a acontecer entre os 40 e 50 anos.

A grande diferença entre a andropausa e a menopausa é a velocidade com que essa queda na produção de testosterona acontece. Essa produção começa a cair cerca de 1% ao ano após a chegada dos 30 anos, mas pode levar décadas até que o indivíduo perceba sintomas. No caso da mulher, a queda é abrupta, e os sintomas, agudos.

Sintomas de andropausa

Caso apareçam, os sintomas da andropausa tendem a se manifestar levemente aos 45 anos. A intensidade deles aumenta gradualmente e tende a ser maior após os 70, quando pode ser melhor percebida. Os sintomas mais comuns costumam incluir:

  • Queda no desejo sexual;
  • Disfunção erétil;
  • Queda da fertilidade;
  • Perda de massa muscular e aumento da gordura corporal;
  • Diminuição da densidade óssea;
  • Falta de energia;
  • Fadiga;
  • Depressão;
  • Irritabilidade;
  • Falta de motivação e concentração;
  • Distúrbios de sono (sonolência ou insônia).
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(Crédito: Freepik)

Em casos raros, o homem também pode apresentar ondas de calor, sudorese noturna, ginecomastia (crescimento das mamas), anemia leve, sensibilidade mamária, diminuição dos testículos e perda de pelos corporais.

Fatores de risco

Ainda que a andropausa seja um processo natural, alguns hábitos ou questões físicas podem agravar a queda na produção de testosterona. Esses fatores incluem obesidade, apneia do sono, diabetes tipo 2, estresse crônico, uso de opioides e doenças renais.

Diagnóstico e tratamento para andropausa

Geralmente, o diagnóstico é feito a partir de exames de sangue. A descoberta pode acontecer por acaso durante exames rotineiros ou a partir de queixas do paciente. A partir disso, médicos podem investigar se a queda na produção de testosterona é natural ou advinda de algum distúrbio psicológico, uso de certos medicamentos, hábitos ou de doenças crônicas.

Em geral, médicos recomendam mudanças de hábitos para o controle dos sintomas da andropausa. Isso inclui, por exemplo, manter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas regularmente, manter um peso saudável, buscar formas de melhorar o sono e controlar o estresse.

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(Crédito: Drazen Zigic/Freepik)

Para quem enfrenta sintomas muito intensos, é possível fazer a terapia de reposição de testosterona. Isso costuma ser indicado para homens que estão com níveis muito baixos desse hormônio, e deve ser bem discutida com um especialista. Apesar de ajudar a controlar os sintomas, essa terapia aumenta o risco cardiovascular, o crescimento da próstata, além de estimular o câncer em pacientes oncológicos.

Além disso, também é possível contornar sintomas específicos com tratamentos também específicos. A depressão, por exemplo, pode se beneficiar de terapia e uso de medicamentos psiquiátricos. Já a queda da densidade óssea e a disfunção erétil, podem ser tratadas com outros remédios.

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