Mitos e verdades sobre dor crônica

por | jun 30, 2016 | Alimentação

Ela chega de mansinho e não vai mais embora. Logo, a dor passa a fazer parte do dia a dia de milhões de pessoas, que se acostumam ao desconforto e negligenciam o problema, que pode se tornar crônico. De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), uma em cada cinco pessoas no mundo sofre de dores crônicas. No Brasil, estima-se que mais de 40 milhões enfrentam o problema. Apenas nos Estados Unidos, o problema custa mais de 100 bilhões aos cofres públicos anualmente.

A dor crônica é aquela que persiste por mais de três meses. Grande parte delas se instala na ausência de um gatilho ou doença estrutural identificável por exames clínicos e complementares como, por exemplo, a fibromialgia, a lombalgia e as cefaleias crônicas.

Alguns mitos ainda rondam o problema e impedem a busca por tratamento correto. O fisioterapeuta Artur Padão, do Centro Multidisciplinar da Dor, esclarece algumas dessas dúvidas.

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Quanto mais velho eu fico mais dor eu tenho que sentir” – Nem todo mundo que envelhece sente dor. Mas, quanto mais velhos ficamos, mais nossos músculos e articulações apresentam problemas, além de outras doenças, que também causam dor, serem mais frequentes.

Se eu me exercitar, a dor e os meus problemas vão piorar” – O exercício na dor aguda na maioria das vezes é contra-indicado, pois pode piorar a lesão e a aumentar a dor. Entretanto, nos casos de dor crônica, o exercício ajuda, na maioria das vezes, a controlar a dor e a aumentar a força, a flexibilidade e o condicionamento físico. O fisioterapeuta precisa saber o melhor momento para indicar exercícios para o paciente, respeitando limites e capacidades.

Ter dor há muito tempo é normal e todo mundo tem” – Sentir dor o tempo todo não é normal e é um fato que precisa ser avaliado. A dor aguda protege, mas a dor crônica castiga e leva a limitações das atividades diárias.

Conviver com a dor é para sempre” – Algumas pessoas provavelmente vão sentir dor para o resto da vida. Isso depende de vários fatores, principalmente do impacto que a dor teve. A dor quando se torna crônica, acaba se misturando e se confundindo a incapacidade e ao sofrimento. Existe controle e existe tratamento.

“Devo ficar em repouso se estiver com dor” – O repouso pode ser um amigo mas, também, um grande inimigo. Mesmo nos casos de dor aguda, o repouso deve ser mínimo para se proteger e cuidar da região machucada. Rapidamente devemos voltar as nossas atividades diárias. A dor crônica, muitas vezes, é tratada como dor aguda, o que acaba mantendo os pacientes em repouso. Quando isso acontece, pode ser gerado o encurtamento dos músculos, o endurecimento das articulações, a redução do  condicionamento e o aumento da ansiedade com a piora da dor.

“As mulheres lidam melhor com a dor do que os homens” – Apesar das pesquisas sempre mostrarem diferenças entre as mulheres e os homens, relacionando a intensidade e a tolerância a dor, a maneira como cada pessoa lida com a dor é totalmente individual.