Entre o almoço e o jantar bate aquela fominha. Afinal, encarar a segunda metade do expediente requer um gás extra. Só que, muitas vezes, confundimos fome com a vontade de comer ‘aquela coisa gostosa’. E é aí que mora o perigo. Além do clássico cafezinho, apelamos também para biscoitos, chocolates, entre outras guloseimas. Mas não pense em ficar de jejum para fugir desse erro: você estaria caindo em outro. O lanche da tarde é uma refeição importante, você precisa apenas de critério na hora de selecionar os alimentos.
A nutricionista Cláudia Stela Gonzaga explica que precisamos comer a cada três horas, independentemente de fome. Dessa forma a glicose se mantém em uma concentração normal, o humor melhora e a imunidade aumenta. “As pessoas precisam se conscientizar de que não temos que comer por prazer ou para matar a fome. Nosso organismo precisa dos nutrientes que ingerimos. A fome é um alerta máximo do corpo sobre a necessidade de nutrientes”, explica a nutricionista. Além disso, ficar sem comer não ajuda em nada a boa forma. Por causa da fome, a pessoa acaba comendo muito e rápido depois desse intervalo de jejum. O corpo se habitua com a falta de nutrientes e passa a guardar toda a energia que pode, criando reservas de gordura.
É importante procurar sempre um carboidrato, que garante energia e bom humor, afastando a fome até a hora do jantar
No inverno, parece que a tendência é comermos mais, Cláudia Gonzaga revela que, nesta época, o corpo precisa de mais energia, por isso é normal termos mais fome. Quanto às guloseimas, a única justificativa é o hábito. “Tendemos a comer o que nos agrada mais. E o corpo sabe que os açúcares têm muita energia”, comenta a nutricionista.
Falta de tempo, um prato cheio para a má alimentação
A correria de quem estuda e trabalha em vários projetos diferentes é a justificativa da estudante Gilka Resende para a má alimentação. “Eu não tenho um hábito alimentar, tenho um ‘desábito’“, conta, rindo. Ela faz parte do time que, freqüentemente, fica na rua o dia todo, e admite a falta de disciplina: “Acabo apelando para um cachorro quente ou salgadinho de padaria”, diz. Em outras situações, não há tempo nem para isso e a série de cafezinhos na frente do computador ‘sustenta’ até a noite, hora em que Gilka afirma ter mais fome.
Para pessoas como Gilka, o lanche ideal deve conter pães integrais, chá, iogurte desnatado, aveia e frutas secas ou desidratadas. “É importante procurar sempre um carboidrato, que garante energia e bom humor, afastando a fome até a hora do jantar”, revela a nutricionista Cláudia Gonzaga. Esses lanchinhos devem ser feitos a cada três horas e é importante parar o que se está fazendo para comer com calma. Segundo Cláudia, se você não pára, seu organismo não percebe que você já se alimentou e quanto ingeriu.
A nutricionista funcional Patrícia Davidson comenta que normalmente temos uma queda de serotonina por volta das 17h, um horário em que a maioria das pessoas tem vontade de comer doces, pães, biscoitos, refrigerantes e outros alimentos que contêm carboidratos. “Também é importante ingerir alimentos que sejam fonte de triptofano, um aminoácido precursor serotonina. Banana, leite ou iogurte e produtos à base de soja são indicados”, ensina Patrícia.
Patrícia acrescenta que as porções devem ser pequenas, especialmente se o jantar não demorar muito para acontecer. Ela alerta que devemos evitar alimentos industrializados: “Nosso organismo precisa de muita energia para digerir alimentos estranhos, que contenham corantes, adoçantes e conservantes, fazendo com que gastemos mais energia na sua digestão e metabolização”. Patrícia Davidson frisa ainda que toda mudança de hábito exige um pouco de esforço. “Mas logo o novo habito será incorporado e não vai ter como dispensar o lanche, o organismo vai reclamar”.