A personagem Ana, vivida por Fernanda Vasconcellos, em “ A Vida da Gente”, na novela global exibida às 18h, passou cerca de cinco anos em coma. Na trama, a jovem jogadora de tênis sofreu um acidente de automóvel que provocou um traumatismo craniano. O caso de recuperação da personagem da trama “ A Vida da Gente” é possível, porém extremamente rara.
“É mais fácil ganhar na loteria do que acordar do coma após cinco anos. Ainda mais sem nenhum dano cerebral”, aponta Dr. Ricardo de Oliveira. Quando o paciente acorda do coma tende a ter uma recuperação gradual. Pode ser necessário dias ou semana para que ele entenda o que se passou no período em que esteve inconsciente.
“Dos pacientes que acordam do coma, 25% se recuperam um pouco ou totalmente”, afirma o neurologista. Dr. Ricardo conta que o coma proveniente de algumas situações especificas oferecem mais chances de recuperação. Normalmente, as causas do coma são três: traumatismo craniano, hemorragia cerebral e doenças metabólicas, ou seja, aquelas consequentes de infecções ou de outras doenças.
O neurologista diz que são raros os casos em que o paciente em coma consegue perceber quando um ente conversa com ele à beira da cama. Também é sabido pela comunidade médica que quanto mais tempo em coma maior são os danos ao cérebro. “Normalmente os pacientes acordam do coma na primeira semana”, revela Dr. Ricardo de Oliveira. O despertar acontece entre o terceiro e sétimo dia.
“A causa que oferece mais chances de recuperação é a metabólica. Quando a doença original é sanada é comum que o paciente acorde. Em segundo lugar aparece a hemorragia cerebral. O despertar tende a acontecer quando o sangue alojado no cérebro é absorvido”, esclarece o neurologista. O que costuma prolongar o coma é o traumatismo craniano.
Coma é um estado de inconsciência diferente do vegetativo. “Quando um paciente em coma abre os olhos, mas não consegue se comunicar, dizemos que ele entrou em um estado vegetativo”, afirma Dr. Ricardo de Oliveira, neurologista e coordenador de neurociência do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. Assim como durante o coma, no estado vegetativo a pessoa não sente dor, calor ou frio. “É igual a um vegetal, só estão ativas as suas atividade fisiológicas”, afirma o especialista.
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