Quem é adepto da dieta cetogênica consome grande quantidade de gordura, faz ingestão moderada de proteínas e de quantidades mínimas de carboidratos e desta forma consegue queimar calorias e emagrecer até 8 kg em um mês.
O que é cetose?
A palavra cetogênica vem de cetose, que é quando o organismo transforma as gorduras ingeridas em ácidos graxos e corpos cetônicos que, em seguida, se transformam em fonte de energia para as atividades do dia a dia.
“Esse estado de cetose ocorre quando estamos em jejum ou em uma dieta com baixa quantidade de carboidratos”, explica a nutricionista funcional Patrícia Davidson que cuida de famosos como Bruna Marquezine e Joaquim Lopes.
De acordo a endocrinologista do Amato Instituto de Medicina Avançada Lorena Lima, em geral a dieta é composta por cerca de 75% de fontes de gorduras consideradas boas, como óleo de coco, abacate e oleaginosas, 15 a 20% de proteína e 5 a 10% de carboidratos, priorizando aqueles de baixo índice glicêmico.
Emagrecimento rápido
Endocrinologistas afirmam que ela promove emagrecimento rápido porque além de usar as gorduras consumidas, a reserva de gordura que temos no nosso organismo também é queimada para a produção de energia.
Ou seja, a queima de gordura é maior do que a gordura consumida e, por isso, o emagrecimento.
Quanto emagrece?
Patrícia Davidson comenta que o emagrecimento varia de acordo com o metabolismo da pessoa que está fazendo a dieta, mas a média é de 5 a 8 kg em menos em um mês. Quando a dieta é aliada à prática de exercícios físicos, a queima de gordura acontece de forma mais rápida.
Porém, a nutróloga Andrea Pereira alerta que a restrição de carboidrato pode fazer com que algumas pessoas sintam menos disposição para treinar e não consigam fazer exercícios de alta intensidade.
Não se preocupe se você perceber que emagreceu mais no começo e depois a perda de peso se estabilizou. “Em toda mudança alimentar há um emagrecimento mais significativo no início, pois ocorre, principalmente, uma diminuição do inchaço”, explica Patrícia.
Andrea também comenta que após o período inicial da dieta, ocorre uma queda no metabolismo e, por isso, que a perda de peso vai diminuindo.
Como fazer?
Por ser uma dieta rica em gordura e com muita restrição de carboidrato, a orientação de Patrícia é fazer a dieta por, no máximo, 30 dias. Andrea concorda que esta dieta não deve ser contínua e explica que a longo prazo é melhor fazer uma dieta não tão restritiva.
“A dieta cetogênica não é recomendada por longos períodos. A maioria dos trabalhos mostra que as dietas com restrição de carboidrato apresentam mais perda de peso que a de restrição de calorias nos primeiros 3 meses, depois não temos diferença entre as 2 dietas”, comenta.
Além disso, o fato dela ser eficiente para a perda de peso não significa que ela possa ser feita por todas as pessoas.
A nutricionista Patrícia comenta que é indispensável o acompanhamento de um nutricionista. “Depende do objetivo e do metabolismo da pessoa. Somente um nutricionista poderá avaliar de forma completa, com a análise de exames e acompanhamento médico”, reitera.
Alimentos permitidos
Nesta dieta, as fontes de gorduras podem ser consumida sem restrição, mas as proteínas somente nas quantidades indicadas, ou seja, a ingestão de carnes não é livre.
Carne vermelha, de porco, de frango, peixes, ovo, azeite, óleo de coco, maionese, gelatina e chás sem açúcar costumam ser liberados nesta dieta. Além disso, presunto, linguiça, bacon, manteiga, margarina, coco, feijão, soja, ervilha, grão de bico, queijos, creme de leite e iogurtes sem açúcar, amendoim, noz, avelã, castanha, frutas, sementes como linhaça, chia, girassol, legumes, verduras e mostarda também são permitidos.
De acordo com a nutróloga Andrea, a sugestão é que a dieta seja feita de forma fracionada, ou seja, que a pessoa faça de 5 a 6 refeições por dia.
Alimentos proibidos ou restritos
Nesta dieta, há restrição de carboidrato, mas nem toda dieta cetogênica é zero carboidrato. Por isso que é importante procurar um nutricionista para saber as quantidades ideais destes alimentos.
Vale ressaltar que apenas carboidratos de baixo índice glicêmico (integrais) são permitidos. Por isso, pães, massas e bolos feitos com farinha branca e arroz branco não são permitidos. Barrinhas de cereais e refrigerantes também estão vetados.
Cardápio
Café da manhã da dieta cetogênica: ¼ abacate + 2 ovos mexidos
Lanches da manhã e da tarde: Oleaginosas (castanha, amêndoa, macadâmia….) ou lasca de coco
Almoço e jantar: salada verde + legumes com baixo teor de carboidrato (palmito, abobrinha, aspargos…) + proteína (carne, peixe ou frango)
Riscos e contraindicações
De acordo com endocrinologista Lorena Lima, esta dieta oferece riscos para alguns grupos de pessoas. Ela não é indicada para pessoas com problemas de saúde crônicos como diabetes, hipertensão arterial e problemas renais, nem para gestantes, idosos e crianças.
Além disso, o consumo diário de proteína faz com ocorra um aumento de proteólise (digestão de proteínas por enzimas) e isso pode levar a uma sobrecarga renal. Pessoas com dislipidemia (presença de níveis elevados de lipídios) também não devem recorrer à dieta, já que ela é rica em gorduras.
A nutróloga Andrea ressalta que também podem ocorrer crises de hipoglicemia, perda de massa muscular e aumento de triglicérides séricos. Por isso que o acompanhamento médico é indispensável.
Para que as gorduras consumidas não façam mal, é importante que todos evitem ao máximo o consumo de açúcares e o sedentarismo.
Dieta cetogênica cíclica
Quando a pessoa opta por fazer a dieta de forma cíclica, ela não come carboidratos durante a semana e consume alimentos deste grupo alimentar aos fins de semana, ou seja, vai alternando cinco dias de restrição com dois dias de consumo.
De acordo com Patrícia Davidson, esta variação da dieta é indicada, principalmente aos praticantes de atividades físicas. “Esse consumo [de carboidrato] irá elevar o estoque de glicogênio, fornecendo energia muscular”, explica.
Combate a doenças
Patrícia comenta que esta dieta contribui para o tratamento do câncer, pois as células cancerígenas crescem e se desenvolvem na presença de glicose, que é proveniente dos carboidratos.
“Como na dieta cetogênica há uma quantidade muito pequena de carboidrato, há menos estímulo para o desenvolvimento dessas células”, comenta.
Já Andrea ressalta que esta dieta tem sido usada também em pessoas com Alzheimer, ELA (Esclarose Lateral Amiotrófica), epilepsia e TCE (traumatismo crânio-encefálico) com dano cerebral e os resultados têm sido positivos.
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