Dez mandamentos da dieta

Emagrecer é o desejo de muitas mulheres e, quase sempre, uma das promessas listadas por elas nas famosas resoluções de ano novo. Todas querem ter um corpo escultural para exibi-lo por aí em biquínis e vestidinhos. Por isso, a cada verão surge uma nova dieta: é a dieta da sopa, a dieta do Mediterrâneo, a dieta do tipo sangüíneo… E não são poucas as pessoas que vivem entrando e saindo dos regimes mais loucos possíveis. Mas, ainda que prometam resultados quase milagrosos em poucas semanas, o melhor a se fazer é procurar profissionais especializados em nutrição e seguir à risca suas recomendações.

Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), José Alves Lara Neto, as pessoas não costumam seguir regulamentos quando o assunto é comida: “Se continuar comendo do mesmo jeito, nada vai mudar. Não adianta se enganar. Quem quer emagrecer precisa ter vontade, disciplina e paciência”, avisa o nutrólogo. Ele ainda aconselha àquelas que gostariam de perder uns quilinhos para ficar mais esbeltas que tenham um outro objetivo em mente: “O motivo não pode ser apenas ficar bonita. A recompensa deve ser maior, para estimular a manutenção da dieta”, observa.

Hoje em dia, nem devemos mais falar sobre ‘dieta’, mas sim reeducação alimentar, pois combina os alimentos certos, nos intervalos de horários certos, e um bom índice glicêmico, o que implicará em maior saciedade, perda de peso e mais saúde

É importante, também, ter em mente que os cuidados com a alimentação não devem ter um prazo estipulado. A boa dieta é constante e equilibrada, e torna-se um hábito. “Hoje em dia, nem devemos mais falar sobre ‘dieta’, mas sim reeducação alimentar, pois combina os alimentos certos, nos intervalos de horários certos, e um bom índice glicêmico, o que implicará em maior saciedade, perda de peso e mais saúde”, analisa a nutricionista Jaqueline Migon.

Para quem quer ficar de bem com a balança e ainda evitar o terrível “efeito sanfona”, aí vão os “dez mandamentos”, listados por quem entende do assunto, para uma alimentação adequada:

1 – Saiba o porquê de querer fazer uma dieta e procure um médico – não necessariamente nessa ordem. Há pessoas que têm que entrar num regime por causa de problemas de saúde, como obesidade, taxas de colesterol ou glicose altas, entre outros. Nos demais casos, os fins são unicamente estéticos. Os objetivos e os motivos, embora diferentes, devem ser estudados com especialistas e precisam ser esclarecidos. “É preciso saber por que a pessoa engordou. Descobrir ‘de onde se veio’ ajuda a ver aonde se quer chegar”, afirma o nutrólogo José Alves Lara Neto. Depois de procurar um médico, a visita ao nutricionista é essencial para desenvolver um plano de reeducação alimentar.

2 – Verifique se há transtornos de fundo emocional e harmonize-se. Nada adianta começar uma dieta para resolver o problema do peso se há outros problemas “escondidos”. “Se uma pessoa sofre de depressão, por exemplo, o melhor é que ela trate disso primeiro. Distúrbios psíquicos muitas vezes aumentam a produção de insulina e, como ela é anabolizante, a sensação de fome fica freqüente. É fundamental estar bem emocionalmente e evitar, também, dietas que causam estresse”, explica José Alves. A nutricionista Jaqueline Migon reitera que deve-se distinguir a fome da compulsão.

3 – Evite as “dietas da moda”! Todo ano é a mesma coisa, mas elas dificilmente continuam com o mesmo sucesso. “Existem diversos tipos de dietas no mercado: a do Dr. Atkins, a da sopa, a da lua, a das frutas, a de Beverly Hills… e nenhuma é completa, por isso saíram de moda. A dieta ideal é aquela que equilibra todos os grupos alimentares: cereais, leguminosas, proteínas, frutas, verduras, gorduras, leites e derivados, oleaginosas”, menciona Jaqueline.

4 – Respeite os horários das refeições e faça-as de maneira calma, sem pressa. “Um grande erro é fazer a conhecida ‘dieta da fome’, suprimindo normalmente o café da manhã e o jantar”, lembra a nutricionista, que também condena a ingestão rápida – segundo ela, deve-se comer lentamente. Deste modo, nos sentimos saciados com menos alimento.

5 – Coma verduras, legumes e outros alimentos hipocalóricos. Sim! Esta é a dica que está sempre em alta e é válida sempre. As frutas também não devem ser esquecidas em nenhuma hipótese. Dê preferência a alimentos com baixas calorias: “Aumente o consumo de produtos diet e light em relação aos convencionais”, aconselha a nutricionista Jaqueline Migon. O nutrólogo José Alves recomenda, ainda, a ingestão de verduras e legumes no início da refeição, ou seja, antes dos alimentos mais calóricos. Assim, quando for comer uma carne ou uma massa rica em carboidratos, a sensação de saciedade virá mais depressa e você não comerá tanto.