Correr, malhar, dançar, praticar esportes… Ufa! Todas essas atividades físicas, em menor ou maior intensidade, causam, além de cansaço, perda de líquidos e sais minerais importantíssimos para o nosso organismo. Por isso, não faltam bebidas no mercado que prometem repôr tudo o que foi perdido, sem danos à saúde e sem risco de ganhar quilinhos extras. No entanto, é preciso saber quando e como tomar esses repositores – os isotônicos e os energéticos. Se consumidos da forma correta, eles podem ser mais benéficos para os esportistas do que a água.
Os isotônicos são bebidas à base de água, sais minerais e carboidratos, que recuperam os líquidos e eletrólitos perdidos através do suor durante a atividade física, fornecendo energia para os músculos e preservando suas reservas de carboidratos. Eles possuem formulação semelhante ao plasma sanguíneo, o que facilita a absorção. A água de coco, por exemplo, é considerada um isotônico natural, por ser rica em potássio e sódio. Mas há ainda várias opções artificiais, em garrafinhas, muito práticas para os atletas, especialmente aqueles que disputam maratonas. Aliás, se o esforço for prolongado, como é o caso das corridas, vale investir em bebidas com adição de vitaminas.
Os energéticos têm por finalidade recuperar os estoques de glicogênio muscular entre as sessões de treinamentos mais intensos. São produtos que se constituem de, no mínimo, 90% de carboidratos na formulação
Água ou isotônico?
E quais são as vantagens dos isotônicos sobre a água natural? A nutricionista e triatleta Priscila Machado aponta que, assim como a água, as bebidas isotônicas são indicadas para qualquer pessoa que busca reidratação após suor intenso ou atividade física. A diferença é que os carboidratos e os eletrólitos contidos nas bebidas esportivas aceleram este processo, favorecendo a rápida absorção do líquido pela corrente sangüínea, reabastecendo os músculos e ajudando no desempenho da atividade durante a sua execução. O sabor dos isotônicos também estimulam a ingestão quando há sede.
Mas não é sempre que a água deve ser substituída por isotônicos para reidratação. A nutricionista Vivianne Pião ressalta a necessidade de consumi-los apenas quando a atividade durar mais de uma hora e meia, ou quando a perda de peso corporal durante o exercício for superior a 2%. Para saber, basta pesar-se antes e depois de se exercitar e fazer a conta: peso antes da atividade x 100 dividido pelo peso após a atividade, menos 100. Se o resultado for menor ou igual a 2, só a água será suficiente. O resultado também indica quantos litros de água ou de isotônico devem ser tomados.
Bebidas energéticas
Enquanto as bebidas isotônicas atuam principalmente como hidratantes, os repositores energéticos possuem substâncias adicionais que auxiliam na recuperação muscular após atividade extenuante. “Os energéticos têm por finalidade recuperar os estoques de glicogênio muscular entre as sessões de treinamentos mais intensos. São produtos que se constituem de, no mínimo, 90% de carboidratos na formulação, e podem ser acrescidos de vitaminas e minerais”, explica a nutricionista Vivianne Pião, que lembra que, apesar de serem usados por esportistas que não querem perder peso e massa muscular, o ideal é procurar um profissional da saúde antes de consumi-los.
A nutricionista Priscila Machado recomenda os repositores energéticos para atletas em treinos moderados e intensos, antes e depois da atividade física, e durante competições. “Essas bebidas contêm variações de substâncias que agem para manter a concentração plasmática de açúcar no sangue de pessoas que se exercitam por longos períodos ou para a recuperação muscular após a prática”, reitera Priscila, que desde 2003 trabalha com a equipe brasileira de nado sincronizado. Os repositores podem, ainda, ser adquiridos em forma de gel ou sachês para serem diluídos em água.