As festas de final de ano se aproximam e, além de muita farra e comemoração, elas trazem no pacote uma montoeira de comidas que pesam não só no estômago como também na consciência. Os especialistas sempre recomendam porções moderadas e pratos mais leves, adequados ao clima brasileiro, para manter a saúde em equilíbrio. Mas a verdade é que poucos abrem mão da tradição das mesas fartas no Natal e do Ano Novo, e das doses a mais de champanhe. Então, já que os exageros são quase inevitáveis, saiba que é possível pelo menos tentar reduzir seus efeitos com algumas medidas antes, durante e depois das ceias. Assim, você garante um dia seguinte menos desconfortável e começa o ano com a saúde no lugar.
Claro que a quantidade de comida e bebida que você vai consumir está diretamente ligada aos projetos idealizados para o corpo. Mas, como a maioria das mulheres está sempre de olho na balança, dá, e muito bem, pra passar pelas festas e não acordar no outro dia com aquele sentimento de culpa. “Se a mulher não quer engordar, o melhor a fazer é adotar uma boa alimentação pelo menos com algumas semanas de antecedência. Evitar alimentos gordurosos, frituras e açúcares é essencial. Abuse dos vegetais, frutas, sucos e água de coco. Desta forma, você vai poder comer bem nas festas e sem traumas depois”, recomenda a nutricionista Angela Lerner Sadcovitz.
Se a festa vai estar recheada de tudo aquilo que você mais gosta – e mesmo assim é impossível evitá-la – há uma artimanha infalível para controlar a boquinha. “No dia da festa, tome um iogurte pela manhã, almoce bastante salada e tome novamente um copo de iogurte, ou de leite, antes de sair de casa. Ao chegar na festa, beba bastante líquido, preferencialmente não alcoólico, porque essas medidas fazem diminuir o apetite”, sugere a professora e doutora em nutrição, Anita Sachs.
Finalmente a festa chegou. Você já cumprimentou todos os parentes, inclusive aquela tia chata que só aparece no Natal, e o cheiro que exala da mesa é de deixar qualquer mortal louco. Ao olhar a mesa, a constatação: a variedade é sobrenatural e, se for possível, generosas porções de cada prato vão passar pelo seu estômago. Cuidado, esse é o caminho errado. “Comer muito de tudo não é a melhor opção, porque normalmente as comidas são muito pesadas. Isso torna o processo digestivo mais lento e difícil, causando desconforto, mal-estar generalizado e, em alguns casos, crises de vômito”, explica Angela.
Outro problema comum dessas festas é que, normalmente, a ceia é servida após a meia-noite. Então, as pessoas se entopem de comida e vão direto dormir. “Isso dificulta a digestão. A pessoa que deita com a barriga muito cheia corre o risco de provocar o chamado refluxo, que ocorre quando o alimento misturado ao suco gástrico volta para o esôfago e causa a famosa azia, aquele ardor na boca do estômago. O mais recomendável é andar após as refeições, o que faz com que o aparelho digestivo se mova, facilitando o processo de digestão” completa Angela, lembrando que o ideal é aguardar de uma a duas horas antes de se deitar.
No capítulo das bebidas, sempre presentes nas comemorações de final de ano, o mais importante – além de não dirigir depois de ingeri-las – é não misturá-las. Por isso, começar tomando um chopinho, jantar bebendo vinho, brindar com champanhe e tomar aquele licorzinho após a sobremesa não é bom. Qualquer combinação é desaconselhável. “Quando isso acontece, o efeito do álcool é potencializado”, esclarece Anita. As bebidas destiladas, como whisky e vodca, são mais calóricas do que as fermentadas, como a cerveja e o vinho. “Uma taça de vinho tem cerca de 105 calorias, enquanto uma batida tem em torno de 260. Além disso, as bebidas fermentadas também são mais bem toleradas pelo organismo, podendo ser mais consumidas e causar menos problemas. A quantidade mais aconselhável é meia garrafa de vinho por pessoa, ou três copos de 250 ml de cerveja”, garante. Para minimizar os efeitos do consumo excessivo do álcool, a nutricionista recomenda muita água, juntamente com o seu drink.
As frutinhas secas também marcam presença tradicionalmente nas ceias de final de ano. Procure evitá-las, porque são muito mais calóricas do que as frutas no seu estado normal. “As frutas secas possuem mais calorias por terem menos água em sua composição, concentrando maior energia com um peso menor. Além disso, como elas são menores no tamanho, a pessoa só fica satisfeita se comer uma quantidade muito maior. Procure comer uva, maçã e pêra, pois contém potássio; nozes são ótimos para a absorção de cálcio e castanha do Pará é rica em selênio, mineral que impede a degeneração celular e protege o sistema imunológico”, recomenda Anita Sachs.
No entanto, se a vontade de comer for maior do que sua resistência e a noite mal dormida deixar um senhor enjôo como lembrança, é bom tomar alguns cuidados. Em primeiro lugar, procure não comer o famoso SOS, as sobras sortidas de ontem. “Nada de repetir a ceia. Faça refeições mais leves e dê preferência a vegetais, frutas, sopas, água de coco, queijos magros e pão”, sugere Angela Lerner.
Viram como é fácil? Segurar a boquinha um pouquinho, evitar determinados alimentos e combinar os mais saudáveis são medidas simples que, além de não causar os desagradáveis incômodos conseqüentes dos excessos, ajudam a manter a boa forma e um bom astral.
Agradecimentos:
Dr. Angela Lerner Sadcovitz – Nutricionista
Estação do Corpo
Av Borges de Medeiros, 1426
Lagoa – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2219 3136 ou 2219 3123
Dr. Anita Sachs – Professora e Doutora em Nutrição pela UNIFESP
Contato: (11) – 9387 1230