Coração disparado, dificuldade para respirar, angústia, tremedeira, sensação de que vai perder os sentidos e desmaiar. Sintomas como esses levam à busca dos motivos por meio de exames clínicos e avaliação médica. Se não houver nenhuma alteração significativa na saúde ou causa funcional, o diagnóstico mais comum é o de síndrome do pânico, que pode atingir qualquer pessoa com estresse agudo. No entanto, como os sintomas são comuns a outras doenças, o quadro pode mascarar outro problema, como por exemplo, uma arritmia cardíaca.
Trata-se de uma alteração do ritmo normal do coração, geralmente batidas regulares e calmas, que passam desapercebidas na maior parte do tempo. Durante o esforço físico, as batidas aceleram de forma proporcional, sem normalmente causar desconforto. ‘Arritmias podem ocorrer de forma súbita em diversas circunstâncias. As batidas podem ser bem rápidas, mas comumente são desproporcionais ao grau de ansiedade ou esforço’, afirma o Dr. Eduardo Saad, médico especialista do Instituto Nacional de Cardiologia (INC). ‘Além disso, a sensação que causam é diferente de uma aceleração normal do coração’.
Por que então às vezes é difícil se comprovar a existência de uma arritmia? Freqüentemente os problemas elétricos do coração são ocultos, ou seja, só é possível detectá-los no caso de se conseguir registrar um eletrocardiograma no momento em que os sintomas estão presentes. Fora da crise, todos os exames podem ser normais, pois pode não deixar nenhuma marca. Como então ter certeza que se trata de síndrome do pânico? ‘É necessária uma avaliação específica para se afastar que uma pessoa com sintomas compatíveis não tem uma arritmia cardíaca. Essa pode ser tratada e o problema resolvido definitivamente’, explica o médico.
Existem duas formas de se diagnosticar a arritmia. A primeira é esperar que os sintomas ocorram de novo e fazer um registro com eletrocardiograma durante o problema. Uma opção então é usar um monitor que grava o eletrocardiograma de sete a quinze dias e torcer para sentir os sintomas. Como é um método que precisa de ‘sorte’ para funcionar, não é o mais recomendado. Uma outra forma é realizar um teste provocativo. Nesse caso, uma avaliação específica da parte elétrica do coração por meio de um cateter pode dar a resposta definitiva. ‘Esse teste, chamado de Estudo Eletrofisiológico, permite a avaliação da integridade do sistema elétrico e a provocação de uma arritmia em pacientes predispostos por ter uma alteração nesse sistema’, afirma Dr. Saad.
A arritmia pode ser tratada definitivamente por uma cauterização no local afetado, processo denominado de Ablação por Cateter. A maioria dos casos de arritmias pode ser curado com este método, sem a necessidade do uso de remédios. Não é preciso cirugia, pontos ou cortes: é feito um pequeno furo com agulha em uma veia da virilha. Com saúde não se brinca, portanto se você sentir sintomas como esses ou souber de quem os tenha, o melhor é investigar o caso sob todos os ângulos possíveis, a fim de encontrar o melhor tratamento.
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