Muitas pessoas confundem alergia alimentar com intolerância alimentar, mas são duas coisas diferentes. Ambas causam um enorme desconforto e nos privam de diversos pratos no nosso cardápio. Por isso, é importante conhecermos a diferença entre uma e outra, mas, acima de tudo, sabermos que tipos de alimentos podem desencadear reações adversas no nosso organismo. Fique de olho!
A alergia
A alergia ocorre quando o sistema de defesa do nosso organismo acredita que uma substância alimentar, até então inofensiva, é perigosa. Para se defenderem dessas substâncias, as células do sistema imune produzem moléculas chamadas ‘anticorpos’.
Então, essa reação incita outras células especializadas, os mastócitos, a liberarem uma substância chamada ‘histamina’. Ela provoca sintomas alérgicos que podem afetar o sistema respiratório (asma, tosse), digestivo (dor abdominal, vômito, diarréia), a pele (urticária) ou o sistema cardiovascular.
Os alimentos frequentemente envolvidos na alergia alimentar são os que possuem alto teor de proteína, principalmente os de origem vegetal e marinha. Entre os alimentos que já apresentaram reações alergênicas encontram-se o milho, o arroz, o centeio, as nozes, o camarão, os mariscos, o peru, a carne de porco e a bovina, a banana, a abóbora, a batata, a maçã, o tomate, o leite, o ovo, o espinafre, a o amendoins, o cacau, os moluscos, a soja e o peixe.
A intolerância
Já na intolerância alimentar ocorrem reações adversas ocasionadas pelos alimentos, mas que não envolvem o sistema de defesa do organismo. A intolerância mais comum é a do leite, que é provocada pela falta da enzima lactase no nosso corpo, responsável pela digestão do açúcar presente no leite (lactose).
Entre as substâncias que já foram relacionadas à intolerância estão os conservantes, os intensificadores de sabor, os corantes e os antioxidantes.
Desvendando o mistério
Apesar de apresentarem causas distintas, os sintomas da intolerância alimentar são semelhantes aos da alergia causada por alimentos.
Para o diagnóstico diferencial, deve ser feito o levantamento do histórico familiar, a descrição dos sintomas e o tempo decorrido a partir da ingestão de determinada comida, a lista dos alimentos suspeitos e a quantificação do alimento para o aparecimento dos sintomas.
Isso sem contar o exame físico, testes bioquímicos e imunológicos. Além disso, o médico poderá pedir para que você faça um diário alimentar e de sintomas.
Tratando o problema
O tratamento da alergia e da maioria das intolerâncias alimentares é feito com a exclusão de certos alimentos do cardápio ou com a redução de sua quantidade na dieta. A partir de então, é necessário sempre ler os rótulos dos produtos com o objetivo de identificar as substâncias alergênicas.
Mas, atenção, se determinados alimentos forem vetados definitivamente do seu dia a dia, você deve procurar substituí-los por outros fornecedores dos mesmos nutrientes. É esse, justamente, o objetivo da orientação alimentar: identificar o alimento agressor, através da dieta de eliminação, e evitar deficiências nutricionais, substituindo os alimentos causadores das manifestações adversas por outros nutricionalmente semelhantes.
Preferir:
Óleos vegetais (soja, azeite, girassol e canola).
Banana, maçã e pêra cozidas.
Fécula de batata, amido de milho, polvilho.
Evitar:
Alimentos alergênicos: leite, ovos, peixe, frutos do mar, milho, chocolate, trigo e produtos com glúten, cítricos, manteiga, tomate, morango, carne suína e bovina, amendoim, produtos com corantes ou aditivos químicos.
Bebidas alcoólicas.
Condimentos irritantes: pimenta, curry, páprica.
Alimentos ricos em tiramina: queijos curados (prato, parmesão, roquefort, cheddar, gruyère), arenque, carnes defumadas e salgadas.