Você sabia que manter o corpo hidratado é tão importante quanto uma alimentação balanceada? Sim, pois a água é o componente mais abundante do nosso organismo, representando de 40% a 80% do nosso peso total – dependendo da idade, do sexo e da gordura corporal acumulada. Já que o corpo não possui reservas ou condições para armazenamento de água, é essencial que se faça uma reposição diariamente, não só para manter a saúde, como também algumas funções básicas do organismo. Nós podemos muito bem viver meses sem alimento, mas pouquíssimos dias sem água. A falta ou a grande perda dela pode levar a um sério quadro de desidratação, que nos casos leves pode ocasionar dores e cãibras musculares e, nos mais graves, a insolação, alucinações e até mesmo à morte. E não pense que é preciso esperar a sede aparecer. Na verdade, a hidratação deve ser feita sempre que possível, pois o organismo precisa dela para funcionar – especialmente no verão, quando os cuidados devem ser redobrados.
Para se ter uma idéia, a água trabalha bastante para manter nossa saúde em ordem. Ela facilita e melhora o funcionamento intestinal; auxilia na eliminação de resíduos pulmomares, especialmente quando estamos gripadas; regula a temperatura corporal; favorece a circulação sangüínea, principalmente em pessoas que sofrem de pressão baixa; e também promove a revitalização das células, das mucosas e da pele. Enquanto a água se encarrega de desempenhar tantas tarefas, precisamos repor o que vai faltar no organismo. “Ao longo de 24 horas, perdemos aproximadamente dois litros de água pelas mais variadas vias: suor, urina, trocas gasosas da respiração e outras atividades para manutenção das funções vitais. Sendo assim, a recomendação de ingestão de líquidos é de dois a dois litros e meio de água por dia, ou 35 ml por quilo de peso”, destaca a nutricionista Camila Leonel Mendes de Abreu, de São Paulo.
A sede é um sinal de alerta da necessidade do corpo por água. Mas ela só aparece quando a quantidade de líquidos no organismo já está bem abaixo do nível esperado.
OK, mas e quem não suporta tomar água o tempo todo, como faz? “Sucos de frutas, água de coco, frutas, hortaliças e legumes in natura, chás e sopas também colaboram para o alcance da meta de hidratação. É importante salientar o cuidado na adição de açúcar e sal, nos sucos e sopas, respectivamente. A utilização exagerada desses ingredientes é contra-indicada à saúde e ao bem-estar”, afirma a nutricionista.
No verão, mais atenção
Se no dia-a-dia a hidratação já é de extrema importância, no verão essa necessidade se potencializa. Afinal, transpiramos muito mais, tomamos muito mais sol e damos preferência à prática de atividades físicas ao ar livre, sob o calor escaldante. Nessas situações, o risco de desidratação é muito grande. Quando há ingestão insuficiente ou perda excessiva de água, o organismo responde reabsorvendo mais água, levando a uma diminuição do fluxo sangüíneo – o que pode afetar as funções cardiovasculares. Daí a importância de ter sempre uma garrafinha de água por perto, para beber à vontade. “Mesmo que não haja sensação de sede”, lembra Camila Abreu. Como assim? “A sede é um sinal de alerta da necessidade do corpo por água. Mas ela só aparece quando a quantidade de líquidos no organismo já está bem abaixo do nível esperado”, explica a nutricionista. E esse cuidado deve ser redobrado em crianças, idosos e praticantes de atividades físicas, pois neles a necessidade de água tende a ser mais elevada, por causa da grande probabilidade de desidratação.
Por falar em crianças, nelas a desidratação pode estar associada a diarréia e vômitos. Já nas pessoas idosas, tem relação com a redução na sensibilidade da sede e também com o aumento do volume urinário diário, causado pelo uso de diuréticos e antidepressivos.
Como reconhecer a desidratação
A água está ligada à dissolução da maioria das substâncias que ingerimos ou produzimos – é a chamada eliminação das toxinas. Também realiza o transporte de substâncias orgânicas pelo corpo, como o oxigênio; a regulagem da temperatura do corpo e a lubrificação das articulações. Ou seja, a responsabilidade dela dentro do organismo é grande. Quando o nível no organismo está muito baixo, soa o alarme da desidratação. Segundo a nutricionista Camila Abreu, existem alguns sinais de que o corpo está “secando”: irritação e apatia, especialmente em crianças; dor de cabeça; vertigem; fadiga; diminuição da quantidade de urina; olhos muito fundos e secos; boca seca; dificuldade para respirar; muita sede ou ausência do desejo de beber líquidos. “Ao perceber qualquer alteração, deve-se procurar atendimento médico o mais rápido possível”, recomenda.
Na malhação
Por ser responsável pelo controle da temperatura corporal, a água é tremendamente necessária para quem pratica atividades físicas regulares. Durante os exercícios, os músculos produzem uma grande quantidade de calor, que gera aumento de temperatura. Assim, a transpiração vai aumentando, resultando na sudorese. Se ela for muito intensa, não só elimina água e sais minerais, como também colabora na perda de peso – uma das maneiras de se medir a perda de líquidos é subir na balança antes e após o treino. Se não for feita uma reposição adequada antes, durante e depois dos exercícios, o corpo começa a se manifestar através de fadiga mental, cãibras e prejuízo no desempenho físico.