Vacinação contra o sarampo: 2ª fase da campanha acontece até fim do mês

Começa nesta segunda-feira (18) a segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo. Até 30 de novembro, 13,6 milhões de pessoas entre 20 e 29 anos devem ser vacinadas em postos de saúde do país.

No último dia do mês, quando a campanha se encerra, o Ministério da Saúde informa que também acontecerá o Dia D de vacinação em todo território nacional.

Campanha de vacinação contra o sarampo: 2ª fase

Nesta fase, o Ministério da Saúde tem como objetivo imunizar a faixa etária que acumula o maior número de casos confirmados de sarampo no país, segundo o último boletim epidemiológico do governo: pessoas entre 20 e 29 anos.

Dos 5.652 casos registrados entre agosto e outubro de 2019, período estudado pelo último boletim epidemiológico, 1.729 correspondem a quadros diagnosticados em pessoas nesta faixa etária.

A realização da campanha, segundo o MS, é importante para interromper o ciclo de transmissão do vírus entre jovens que não se imunizaram ou que estão com a proteção vacinal incompleta (são duas doses de vacina contra o sarampo) – um grupo populacional que corresponde a 9,4 milhões de pessoas.

Onde tomar a vacina contra sarampo

A imunização contra o sarampo acontece em postos de vacinação do país, e também de acordo com a realidade de cada localidade brasileira.

Desse modo, a vacina pode ser ofertada em lugares estratégicos que concentram pessoas, como centros comerciais, religiosos, praças, praias, rodoviárias, empresas, instituições de ensino, entre outros.

É possível, ainda, a vacinação acontecer em postos móveis por agentes comunitários de saúde. Para saber onde a vacina estará disponível, é necessário pesquisar os endereços de seu município, o que pode ser feito através dos sites das Prefeituras e Secretarias de Saúde.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, é possível checar endereços das Unidades Básicas de Saúde (UBS) pela internet.

Quem não deve tomar

O MS alerta para que gestantes não tomem a vacina contra o sarampo. A explicação para a recomendação é a mesma usada para bebês com menos de 6 meses e quem está com o sistema imunológico debilitado por tratamento.

“O bebezinho não tem maturidade imunológica antes dos seis meses e gestantes e pessoas que fazem quimioterapia, por exemplo, ficam com a imunidade baixa, comprometida na gestação e no tratamento de enfermidades. Em teoria, o vírus vacinal poderia causar uma doença semelhante ao sarampo”, explica Ana Karolina Marinho, do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI),

Sarampo: informações sobre a doença

Shutterstock

O sarampo é uma doença viral infectocontagiosa, muito comum em crianças, transmitida por secreções das vias respiratórias (espirro ou tosse, por exemplo). A doença é considerada de potencial grave, já que sua transmissão é extremamente alta.

“A taxa de ataque do sarampo é de 90%. Por isso vira surto fácil. Se uma pessoa com sarampo entrar em uma sala com dez outras, nove vão pegar. É uma doença altamente contagiosa. Ele consegue permanecer em suspensão no ar, mesmo se você não tem contato pelo ambiente”, explica Rosana Richtmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas.

Fora o alto risco de transmissão, o quadro é preocupante por suas possíveis complicações, que podem acarretar problemas pulmonares, no sistema nervoso central e, em casos extremos, morte.

Sintomas do sarampo

Shutterstock

Os sintomas do sarampo assemelham-se muito aos sinais de uma gripe. Assim, a doença costuma trazer febre, catarro, secreções, tosse persistente, irritação ocular (conjuntivite) e as conhecidas manchas avermelhadas pelo corpo.

Para o fechamento do diagnóstico, exames clínicos são realizados e, caso o médico tenha dúvidas, análises laboratoriais (exame de sangue) auxiliam na confirmação do quadro.

Tratamento contra o sarampo

Não há um tratamento específico para o sarampo. O que existem são remédios indicados para aliviar os desconfortos desencadeados pela doença até que ela passe sozinha.

Por que tomar vacina contra o sarampo?

De acordo com infectologista Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, por muito tempo existiu uma falsa segurança de que não havia mais a necessidade de se imunizar contra doenças como o sarampo.

Porém, a vacinação ainda é a melhor estratégia de prevenção, controle e erradicação destes males. “Campanhas antivacinais nas redes sociais fizeram com que muitos deixassem de se vacinar por medo. Isso abre espaço para doenças como o sarampo e como a poliomielite retornarem”, alerta o médico.

A coordenadora do ASBAI vai de acordo com a análise do infectologista e explica que a baixa adesão da vacinação é um dos motivos para o surto de sarampo que estamos vendo hoje em dia. “As pessoas esqueceram que doenças como o sarampo existiam e não entendem a gravidade dela. Essas doenças existem, sim, e são graves”, completa Ana Karolina.

Sarampo e vacina