Erva-mate > Algumas curiosidades sobre o mate

– Em vários locais onde é consumido, o mate faz parte de uma arraigada tradição. O autêntico mate é amargo e servido em um recipiente com um canudo de metal (bombilha), que de um lado possui buraquinhos para não deixar a água passar, e água bem quente – entre 85º e 95ºC. Quem não gosta muito do sabor “ardido” costuma adoçá-lo com açúcar, adoçante, açúcar queimado ou mel – especialmente quem gosta de tomá-lo em forma de chá. Há quem misture a erva com leite, com água fria ou gelada ou com outros ingredientes, como canela, casca de laranja ou limão e até ervas medicinais.

– Na hora de tomar a bebida numa roda, acontece um pequeno ritual. As normas de cortesia requerem que o mate seja primeiro bebido por quem o preparou – chamado de cebador nos países da América Latina. O segundo gole é oferecido ao hóspede ou ao visitante de maior hierarquia, e os seguintes seguindo a roda até que todos tenham dito “gracias” (obrigado). Quem agradece quer dizer que não quer mais beber. Em uma mateada coletiva, não se pode adoçar o mate por contra própria, nem limpar, mexer ou assoprar a bombilha. Também não se pode deixar o mate pela metade. Ele deve ser tomado até o canudo fazer aquele barulhinho que avisa que a bebida acabou.

– Há inúmeras superstições que envolvem o consumo coletivo do mate. Diz a lenda que quem bebe o mate da pessoa anterior sem devolvê-la ao cebador consegue descobrir os segredos da pessoa que lhe passou o mate. Também existe uma “linguagem” do mate – ou seja, expressões usada na roda de bebedores. “Mate trancado” significa que a bombilha está entupida; “mate cansado” é quando a erva já perdeu o sabor; “cebar pelando” é preparar o mate quando a água está quente demais”; “tatusear el mate” é mexer ou trocar a erva para que volte a ter sabor; “encimar” o mate significa acelerar seu preparo.

– No Rio Grande do Sul, onde é hábito tomar chimarrão, é inadmissível reclamar da temperatura do mate; deixar de bebê-lo até o fim; reclamar que o fato de que o hábito de beber em grupo é anti-higiênico; alterar a ordem de passagem do mate pela roda; favorecer alguém no grupo (mesmo que seja uma mulher bonita) e mexer no canudo (mesmo que ele esteja entupido). Ali, o único que manda é o preparador.

– Para se receber ou entregar a cuia de mate, deve-se sempre usar a mão direita. Se a mão direita estiver ocupada, a pessoa deverá dizer:

– Desculpe a mão!

Ao que o outro responde:

É a mesma, a do coração.

– Numa roda de mate, não se toma apenas um golinho e passa o mate adiante. É preciso tomar tudo, até o canudo chiar. Se isso não é feito, é considerado uma desfeita.