Bebeu demais? > O dia seguinte

Quem já bebeu além da conta conhece o resultado: dores de cabeça, náusea e vômitos e a sede insuperável. Um estudo feito por médicos ingleses e publicado pelo British Medical Journal mostrou que estes sintomas são causados não somente pela presença de álcool, ou melhor, de etanol no sangue. Segundo eles, os sintomas são multiplicados justamente quando esta substância é eliminada pelo organismo. A pesquisa mostrou que a culpa desse efeito cascata é do metanol, um tipo de congênere comumente encontrado nos vinhos, conhaques e uísques.

O metanol é metabolizado por enzimas que sofrem a inibição do etanol, ou seja, enquanto o álcool ainda circula em seu sistema, você é mantido fora do túnel de horror da ressaca. Os cientistas acham que o metanol pode induzir a um aumento de histaminas, resultando em fortes dores de cabeça. Os amantes de vinho, em particular, enfrentam com mais freqüência o poder quase maligno das histaminas. Esta substância, encontrada na casca da uva, é quase sempre a culpada por espetaculares dores de cabeça. Algumas pessoas possuem deficiência na produção da enzima responsável por metabolizar a histamina. Para elas, existem os medicamentos anti-histamínicos, mas o cuidado com a bebida deve ser redobrado e a prescrição médica algumas vezes se faz necessária.

O ideal é que você não beba tanto e que o álcool encontre competição no momento da absorção, embora essa medida não seja 100% garantida.

Se a ressaca bateu

Popularmente se diz que prevenir é sempre melhor que remediar. No caso da ressaca, a máxima é mais que verdadeira. Afinal, com o mal-estar do dia seguinte fica difícil tomar qualquer tipo de providência. A primeira dica é não esquecer de forrar o estômago, como já dizia nossa sábia avó. Ou seja, nada de beber de estômago vazio. “O ideal é que você não beba tanto e que o álcool encontre competição no momento da absorção, embora essa medida não seja 100% garantida. Depende muito também das condições do fígado da pessoa”, esclarece Dr. Luiz Felipe.

Beber uísque seguido de champagne e uma cerveja geladinha não é, necessariamente, sinônimo de problema, desde que você não exagere na dosagem de nenhum tipo de bebida. Combinar fermentados com destilados só faz mal quando se bebe um dos dois em grande quantidade. Mas a primeira lei do mandamento contra a ressaca é instituir um novo e inseparável companheiro para as noitadas etílicas: o copo de água. Isso porque o álcool desidrata o organismo, já que tem efeito diurético, e os metabólitos tóxicos que ele deixa no corpo precisam ser diluídos para serem excretados. Ou seja, bebendo um copo deágua a cada três chopes, por exemplo, os efeitos da ressaca podem ser diminuídos drasticamente.

Quando se trata de bebidas alcoólicas, perder a dose em certos cuidados não é nada difícil. Por isso, é preciso saber também o que fazer no dia seguinte, quando a ressaca já está instaurada. Preparar refeições leves, com alimentos ricos em glicose, como frutas, e ingerir muito líquido é um bom caminho para amenizar os efeitos mortais do pós-festa.

Infelizmente, não há receita milagrosa para o problema. Segundo cientistas da Universidade de Exeter, na Inglaterra, a razão para a inexistência de tratamentos eficientes para a ressaca é a falta de informações precisas sobre o mecanismo que leva ao problema. Eles admitem que o mal-estar tenha relação com os efeitos tóxicos do álcool e com a desidratação provocada no corpo, porém não sabem explicar como tudo isto se processa.

Para quem já prevê problemas no dia seguinte da comemoração de réveillon, ai vão algumas outras dicas valiosas: um banho quente relaxante, um isotônico para dar uma força e uma boa xícara de café.