Estigma de “péssima mãe” impede mulheres de buscar ajuda na depressão pós-parto

Durante a gestação e até mesmo depois do nascimento do bebê, as mulheres vivenciam experiências profundas. E isso não se deve somente aos hormônios, mas por diversas mudanças emocionais, sociais e familiares pelas quais ela passa.

A combinação destes fatores pode levar muitas a vivenciar uma  depressão pós-parto, distúrbio que dificulta o vínculo afetivo saudável entre mãe e bebê e causa muito sofrimento à mulher.

Medo do julgamento na depressão pós-parto

Por se tratar de uma condição delicada e ainda pouco entendida – como é a depressão de forma geral -, há muito estigma em torno da paciente que desenvolve o quadro, taxada muitas vezes como uma mãe ruim ou preguiçosa.

E, por medo deste julgamento, um número considerável de mulheres deixa de pedir ajuda: 21%, segundo um recente levantamento realizado pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

A conclusão da pesquisa alerta para a dificuldade em conseguir tratamento adequado para essas mães que sofrem de transtorno de humor pós-parto, como ansiedade e depressão.

Estudo sobre depressão pós-parto

Os pesquisadores entrevistaram 211 mulheres que tiveram filhos entre 2013 e 2016. No questionário, as perguntas eram relacionadas aos sintomas dos transtornos psíquicos, o atendimento dos profissionais de saúde – doulas, enfermeiros e médicos – e os obstáculos relacionados à busca por tratamento adequado.

As respostas da pesquisa mostraram que 51% delas revelaram sintomas do transtorno mental. Entretanto, 1 em cada 5 mulheres não conta os sinais de depressão pós-parto aos profissionais de saúde.

Embora o motivo que impeça as mulheres de iniciar tratamento varie bastante, foi identificado que aquelas que estavam desempregadas, tinham histórico de problemas de saúde mental ou que apresentaram sintomas graves na gestação tinham mais resistência ao tratamento.

“Nosso estudo quer mostrar a importância das redes de apoio a essas mulheres, bem como a necessidade de falar abertamente sobre os sintomas pós-parto”, diz Prevatt. “Precisamos fazer com que as mulheres falem sobre sua saúde mental para que possam ter o melhor tratamento possível”.

Depressão pós-parto