Um novo tipo de exame para “escanear o corpo” pode ser a solução para quem quer prevenir ou tratar problemas ósseos ou musculares com precisão. Chamado de sistema EOS, ele consiste em uma espécie de raio X tridimensional em que o paciente fica em pé e recebe o resultado em poucos minutos. Entenda:
O que é?
O radiologista Marcelo Nico, do Centro Avançado de Diagnóstico por Imagem Osteomuscular do Fleury Medicina e Saúde, explica que o exame avalia a condição e a relações entre coluna, quadril e membros e articulações inferiores por meio do escaneamento do corpo com baixa radiação e digitalização com imagens tridimensionais.
Raio X em pé: quais são os benefícios?

Os tradicionais exames de raio X e tomografia são frequentemente usados para avaliar a existência e o desenvolvimento de doenças como escoliose e tumores. Contudo, o primeiro é um tanto impreciso e o segundo emite elevados níveis de radiação que podem fazer mal à saúde.
Além disso, esses testes são feitos com o paciente deitado, o que evita que fatores como postura e alinhamento sejam analisados.
Já no aparelho EOS, o paciente fica em pé e, com isso, é possível notar como determinadas características ou acometimentos influenciam a posição vertical.
Corpo analisado como um todo
O aparelho gera uma imagem tridimensional que permite que o esqueleto seja avaliado inteiramente, o que é importante para entender os efeitos de uma doença no resto do estrutura, como as consequência de um problema de quadril para a coluna ou a origem estrutural de um desgaste de cartilagem.
Menos radiação
O raio X e a tomografia contêm cargas de radiação que podem gerar riscos em longo prazo, especialmente quando o paciente se submete muitas vezes a esses exames.
A situação é comum, por exemplo, em crianças com escoliose que têm de fazer diversas radiografias para avaliar o progresso ou melhora da doença até o fim da fase de crescimento ósseo.
Para pacientes com esse perfil, o raio X em pé é uma opção, já que reduz a energia emitida de 85 a 95%.
Como é feito?

O procedimento é simples e começa com o paciente dentro de uma cápsula aberta e em pé. Quem tem alguma limitação pode optar por sentar em uma cadeira agregada à tecnologia que deixa a postura semelhante à ereta.
Então, a máquina leva de 10 a 20 segundos para escanear e cerca de quatro minutos para processar as imagens, que são entregues na versão digital ou impressa.
Os resultados são mais precisos que o raio X comum, o que permite com que cirurgias e próteses sejam programadas com exatidão.
Quanto custa e onde encontrar
Segundo o radiologista Marcelo Nico, o procedimento ainda não está incluso no rol de procedimentos aceitos por convênios médicos, mas a expectativa é que a integre em aproximadamente três anos.
Como também não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a alternativa é pagá-lo em laboratórios: o escaneamento completo do corpo custa em média R$ 1.500, já o segmentado (de apenas uma região), R$ 1.200.
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