A melhor forma de potencializar as atividades físicas é aumentar a carga ou a velocidade, certo? Não necessariamente. De acordo com estudos e especialistas, contrair os músculos durante exercícios é um truque que garante mais resultados em praticamente todos os músculos do corpo e ainda fornece outros benefícios.
Conforme sugere um estudo coordenado pelo professor de educação física e doutor em ciência da saúde Paulo Gentil, da Universidade Federal de Goiás, a contração muscular nos exercícios é, sozinha, tão eficiente quanto o uso de cargas para promover estímulos e, consequentemente, ganhar massa.

De acordo com os experimentos realizados pelo estudo, os sinais químicos que desencadeiam processos responsáveis por induzir a hipertrofia muscular só ocorrem nas fibras musculares que estão ativadas durante o exercício, tornando a contração algo quase essencial.
Além da possibilidade de a contração potencializar o ganho de massa, porém, ela também proporciona outros aspectos positivos, e especialistas explicam o porquê.

Por que contrair os músculos potencializa os exercícios?
Maior aproveitamento do movimento
Conforme explica Michel Garcia, profissional de educação física da rede de academias Just Fit, contrair os músculos que estão sendo trabalhados pelo exercício é positivo porque, ao se concentrar na musculatura e estabilizá-la, a atividade fica mais proveitosa para o corpo.
“A consciência corporal faz com que haja melhor aproveitamento da execução, da velocidade e da amplitude do movimento”, afirma ele, explicando que, de um modo geral, isso melhora o desempenho de quem está praticando aquele exercício.

Maior segurança
A professora de educação física Audrea Lara concorda com Michel, e ressalta que, além de fortalecer ainda mais os músculos, a contração ajuda a manter a postura correta durante os movimentos, tornando-os mais seguros e reduzindo as chances de haver lesões.
Emagrece
Audrea adiciona ainda que, quanto mais grupos musculares estiverem contraídos durante a execução dos exercícios, maior é o gasto energético, e, consequentemente, calórico. Segundo ela, isso contribui a longo prazo com o processo de emagrecimento.

Como aplicar isso no treino
Ambos os profissionais afirmam que essa “técnica” pode ser usada durante praticamente qualquer exercício, focando especialmente no core – ou seja, o conjunto de músculos que compreende o abdômen, o quadril e a pelve e é tanto um centro de força quanto de equilíbrio para o corpo.
Para exemplificar, Michel cita os exercícios abdominais e os de ombro. Segundo ele, manter a musculatura do abdômen contraída durante toda a execução do primeiro exercício ajuda a aumentar a resistência da região, e, durante o segundo, contribui para uma melhor postura, consequentemente aproveitando melhor a musculatura dos ombros.

Audrea adiciona que também é positivo usar a “técnica” durante flexões e até atividades diferentes da musculação. Adeptos de aulas como o ballet pilates, por exemplo, têm mais estabilidade do quadril e das costas se mantiver a contração dos músculos do core durante a execução de todos os movimentos.
Nos exercícios de agachamento e afundo, a contração muscular durante o movimento garante maior ativação dos músculos e resultados potencializados, além de maior estabilidade e precisão.
De acordo com Michel, uma boa ideia para incorporar isso ao treino é pedir ajuda a um professor ou instrutor qualificado para saber qual musculatura está sendo ativada por determinados exercícios e contrair os grupos que proporcionarão mais ganhos para cada um deles.
