Ator assume vitiligo em foto linda: o que amiga do colégio disse o ajudou a aceitar

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Por meio de um texto bastante inspirador, o ator Igor Angelkorte revelou a convivência com o vitiligo e mostrou como é possível, sim, lidar de forma saudável e sem qualquer preconceito com a doença.

Mas tudo isso não partiu apenas dele. Foi preciso a ajuda de muita gente no processo de aceitação, em especial de uma amiga na época da juventude.

Igor Angelkorte e o vitiligo

Para contar sua história com o vitiligo, Angelkorte publicou uma foto que evidencia as manchas brancas nas pálpebras – os sinais da doença no corpo do ator.

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No início, porém, o ator conta que teve dificuldades para aceitar a doença de pele. Ele a desenvolveu aos 10 anos de idade, quando os pais se separaram – o estresse ou traumas são causas comuns do vitiligo.

Daquela idade até a adolescência, o ator revelou que não costumava gostar das manchas brancas.

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“Rejeitava minhas marcas sobre os olhos, porque na adolescência a gente quer ser especial sendo igualzinho a todo mundo. Ninguém quer ter nenhum lance diferente só pra evitar qualquer chance de bullying, né!”

Amiga do colégio ajudou

Entretanto, conforme foi crescendo, Angelkorte passou a mudar de opinião, e a fala de uma amiga foi determinante para isso.

“Comecei a gostar dele [vitiligo] quando uma menina iluminada me disse no colégio que era um charme (…)Também me ajudou um médico quando eu era pequeno, para quem perguntei angustiado: ‘O que eu vou dizer quando as outras crianças perguntarem sobre vitiligo?’, me disse pra responder: ‘nem te ligo’.”

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Atualmente, com a fama conquistada por trabalhos no meio artístico, Angelkorte contou que as perguntas mais frequentes sobre a doença estão relacionadas com o controle das manchas – o que ele responde sem problemas.

“Depois de eu aparecer na tv muita gente me pergunta como eu trato pra não crescer – e já passei por muitos tipos de tratamento. Hoje em dia eu tomo chá. Porque acredito nas plantas e nos chás pra cuidar de qualquer coisa no nosso corpo. O chá é de mama cadela.”

Vitiligo: o que é e causa

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Conhecido por sua principal característica, as manchas brancas espalhadas pelo corpo, o vitiligo é uma doença cuja origem não é totalmente conhecida.

A teoria mais aceita é que se trata de uma doença autoimune. Sendo assim, acredita-se que o vitiligo ocorre porque o sistema imunológico entende (erroneamente) que os melanócitos fazem mal ao corpo e precisam ser eliminados.

“Os melanócitos, células que produzem o pigmento da pele, a melanina, são destruídas pelo próprio sistema imunológico, o que provoca manchas brancas em diferentes locais da pele”, explica a dermatologista Natalia Cymrot.

Nos casos em que as manchas estão concentradas em apenas um local, a hipótese é que as marcas sejam fruto de alterações em algum nervo por ali.

Causa emocional

Angelkorte citou que o vitiligo surgiu logo após a separação dos pais. De acordo com a dermatologista Rossana Vasconcelos, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é comum que as manchas sejam desencadeadas por questões emocionais de grande peso vivenciadas pelo paciente.

“É frequente que o vitiligo surja após o paciente sofrer algum fato importante, como estresse no trabalho ou falecimento de entes queridos”, afirma Rossana.

Características do vitiligo

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Na maioria dos casos, as manchas são bilaterais e simétricas, mas há pacientes que as manifestam em locais isolados ou somente um lado do corpo.

As regiões mais frequentes do vitiligo são em volta da boca, na ponta dos dedos, nos pés e na região genital.

Além da descoloração da pele, a doença pode se manifestar através do embranquecimento precoce dos cabelos, cílios, sobrancelhas ou barba, mudanças de cor nas mucosas, descoloração nas axilas ou genitália e mudança da cor do olho.

Complicações: autoestima abalada

O vitiligo não é uma doença contagiosa ou perigosa. Entretanto, por trazer alterações na pele, há muito estigma em relação a condição – o que pode trazer danos à autoestima dos pacientes.

Tratamento para vitiligo

Não existe cura para o vitiligo. Todavia, pode-se controlar o avanço da doença.

Um meio de controle é pelo uso de cremes à base de corticoides ou pela administração via oral da substância. O componente é capaz de controlar o sistema imunológico.

A exposição à radiação UVB por meio de lâmpadas ou do próprio sol também é uma alternativa para quem tem vitiligo, já que ajuda amenizar as diferenças de coloração na pele.

Nos casos de manchas estáveis, que pararam de aumentar de tamanho e são únicas, pode-se ainda fazer um transplante de melanócitos do próprio paciente.

“Retira-se fragmentos de pele de alguma região escondida do corpo e implanta-se na área afetada, onde ocorre uma espécie de espalhamento de pigmento, permitindo que a coloração volte ao normal aos poucos”, esclarece Rossana.

Doenças de pele